Publicação atualizada em 13 de novembro de 2025 por Gil Mapas
Desci às profundezas de Manhattan e descobri o Grand Central Madison, um terminal futurista a 43 metros sob a cidade, que conecta trens, metrôs e o aeroporto JFK.
Direto ao Ponto
- A História de uma Obra Sécular
- Uma Conexão Direta com o Aeroporto JFK
- A Beleza Reconhecida em Profundidade
- A Experiência Prática do Terminal
A Descida a uma Catedral Subterrânea
Ao descer ao Grand Central Madison, testemunhei uma proeza da engenharia moderna. Este terminal, que abriga oito trilhos e quatro plataformas, está aninhado incríveis 43 metros abaixo do nível da rua, diretamente sob o icônico Grand Central Terminal. A sensação ao percorrer as escadas rolantes que descem mais de 27 metros abaixo é a de ser transportado para um mundo completamente novo, um espaço que mescla grandiosidade arquitetônica com uma sensação de deslumbramento. Além disso, o terminal foi estrategicamente projetado para aliviar o congestionamento na Penn Station, oferecendo uma nova e vital rota para o Leste de Manhattan.
A História de uma Obra Sécular
A minha visita ganhou outro significado quando compreendi a história por trás desta maravilha. Os primeiros planos para trazer os trens da Long Island Rail Road (LIRR) para o lado leste de Manhattan datam de 1963. No entanto, após décadas de adiamentos devido a crises financeiras e desafios técnicos, a construção só foi iniciada em 2008 como parte do colossal projeto East Side Access. Finalmente, após mais de uma década de trabalho intenso, o terminal inaugurou em 25 de janeiro de 2023, marcando a maior expansão do serviço LIRR em mais de um século. O projeto, que custou bilhões de dólares, incluiu a escavação quilômetros de novos trilhos e a criação de um espaço que já é reconhecido icônico.
Uma Conexão Direta com o Aeroporto JFK
Uma das maiores vantagens que descobri foi a conexão direta com o Aeroporto John F. Kennedy. A partir do Grand Central Madison, pode-se embarcar em um trem da LIRR com destino à estação Jamaica. Esta viagem é a chave para uma transferência suave, pois em Jamaica, se faz a conexão com o AirTrain JFK, o people mover que leva diretamente aos terminais do aeroporto. Esta rota não só é eficiente, mas também transforma a jornada para o aeroporto a partir do East Side em uma experiência integrada e muito mais tranquila que carro ou metrô.
A Beleza Reconhecida em Profundidade
Enquanto explorava o saguão principal, pude apreciar por que este local já foi coroado com um prêmio global. Em 2024, o Grand Central Madison recebeu o Prêmio Versailles Interior da UNESCO como a estação de passageiros mais bonita do mundo. O terminal exibe obras de arte permanentes de artistas icônicos, incluindo os vibrantes mosaicos de Yayoi Kusama e as cenas naturais serenas de Kiki Smith. A navegação é intuitiva, com esquemas de cores coordenadas que guiam os passageiros para as diferentes saídas de rua, fundindo perfeitamente a funcionalidade com a estética.
A Experiência Prática do Terminal
Para qualquer visitante, é útil saber que o terminal está fechado para limpeza e manutenção das 2h às 5h30 da manhã. Durante este período, todos os trens da LIRR com destino a Manhattan utilizam a Penn Station. Além disso, para uma experiência mais confortável, é recomendável aguardar no nível do saguão, que oferece banheiros e máquinas de bilhete, até que o seu trem seja anunciado. A minha jornada pelo Grand Central Madison foi, acima de tudo, um testemunho da capacidade humana de transformar projetos em realidade, criando não apenas uma estação de trem, mas um destino por direito próprio nas profundezas da cidade que nunca dorme.
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