Pré-Liberação CBP: O que é Preclearance, Como Funciona e Vantagens ao Viajar para os EUA

Publicação atualizada em 5 de outubro de 2025 por Gil Mapas

O serviço Preclearance (Pré-liberação) do U.S. Customs and Border Protection (CBP) é um programa essencial. Ele permite que a inspeção de imigração, alfândega e agricultura dos Estados Unidos seja realizada no exterior, antes do embarque em voos com destino aos EUA. Portanto, ao aterrissar em solo americano, viajantes são tratados como se chegassem de um voo doméstico. Dessa forma, podem desembarcar diretamente para o destino final ou para um voo de conexão (doméstico ou internacional) sem precisar passar pelos trâmites burocráticos novamente.

Direto ao Ponto

• Onde Encontrar o Serviço Preclearance: Aeroportos e Países
• Vantagens de Usar a Pré-Liberação CBP: Benefícios de Segurança e Logística
• Dicas Essenciais para Usar o Preclearance: Tempo, Documentos e Global Entry
• Por Que o Brasil Não Tem Preclearance do CBP?

O processo é simples, contudo, segue um protocolo rigoroso. Em vez de encontrar agentes do CBP ao chegar nos Estados Unidos, o passageiro os encontra no aeroporto de origem, em uma área específica controlada pelos Estados Unidos em parceria com as autoridades locais. Por exemplo, a checagem de segurança continua sendo efetuada pelas autoridades do país de origem. No Canadá, por exemplo, a CATSA realiza essa fiscalização.

Etapas Essenciais do Processo de Pré-Liberação nos Aeroportos

Check-in e Segurança: Você faz o check-in normalmente com a companhia aérea e passa pela segurança do aeroporto de origem.

Área de Pré-liberação: Em seguida, você se dirige à área dedicada ao Preclearance, onde agentes do CBP conduzem a mesma inspeção que fariam em solo americano. Isso inclui verificação de passaporte, visto e perguntas sobre a sua viagem aos EUA.

Inspeção de Bagagem: As autoridades locais verificam a bagagem de mão, mas a Alfândega dos EUA pode revê-la após a imigração, ou seja, depois que você já é considerado admitido nos EUA. O procedimento funciona da mesma forma que uma chegada aos EUA, porém ele é efetuado no território do aeroporto de origem. A bagagem despachada passa pela inspeção habitual do aeroporto de origem e, se for liberada, já passa pela triagem das autoridades norte-americanas do CBP. Os agentes do CBP também inspecionam essa bagagem nesse momento, como acontece quando você chega nos Estados Unidos.

Decisão de Admissão: O agente de fronteira toma a decisão final sobre se você pode ou não entrar nos Estados Unidos. Se aprovado, você está “pré-liberado” e pode embarcar. Caso seja negado, você não poderá viajar, e o CBP não precisará lidar com a deportação em seu território, algo que é ruim para todos, especialmente para o viajante que chega aos Estados Unidos e é convidado a se retirar no próximo voo.

Embarque e Chegada: Após o embarque, a tripulação não pode reabrir as portas da aeronave. Caso isso ocorra por qualquer motivo, os passageiros devem desembarcar e passar por todo o processo novamente. (Isso aconteceu com o autor no Aeroporto de Toronto em 2014, quando, por razões de segurança, a porta se abriu para a retirada de um passageiro, e todo o processo se repetiu). Ao pousar nos EUA, os passageiros desembarcam diretamente no setor doméstico do aeroporto, sem precisar passar por imigração e alfândega.O CBP mantém operações de Preclearance em 15 locais ao redor do mundo, em 6 países. A grande maioria está no Canadá, mas você encontra o serviço em outras nações importantes.

O CBP mantém operações de Preclearance em 15 locais ao redor do mundo, em 6 países. A grande maioria está no Canadá, mas você encontra o serviço em outras nações importantes.

Este sistema oferece benefícios significativos para todos os envolvidos:

Para o Viajante:Conexões Facilitadas: Esta é a maior vantagem. Em aeroportos americanos movimentados, você pode sair do avião e ir direto para o portão de sua conexão, sem se preocupar com filas de imigração ou com a rechecagem da bagagem despachada.

Voos para Aeroportos Restritos: O serviço permite que companhias aéreas operem voos internacionais para aeroportos como LaGuardia (Nova York) e Reagan (Washington), que não possuem facilidades para processar chegadas internacionais regulares. Isso amplia as possibilidades e oferta de rotas para os EUA a partir do aeroporto de origem.

Para os Estados Unidos (EUA):Segurança Reforçada: As autoridades identificam ameaças e passageiros inadmissíveis e os impedem de embarcar ainda no exterior, “defendendo” a fronteira americana a milhares de quilômetros de distância.

Redução de Congestionamento: O sistema diminui a pressão e as filas nos pontos de entrada internos dos EUA, agilizando o processo para todos os viajantes.

Para aproveitar bem o serviço, você precisa estar atento a alguns detalhes:

Tempo Extra no Aeroporto: É crucial você se apresentar para o Preclearance com muito mais antecedência do que para um voo internacional comum. As filas podem ser longas, especialmente nos horários de pico, e o processo é parte obrigatória do embarque. Contudo, uma observação: o Global Entry fica disponível no Preclearance da mesma maneira que em uma chegada aos EUA. Assim, se você for participante desse programa, poderá cortar a fila da imigração, passando pelo processo com a rapidez que a ferramenta oferece, como se estivesse em um aeroporto americano.

Restrições de Compras: Itens comprados em free shops (como bebidas alcoólicas e cigarros) após a segurança do aeroporto, mas antes do Preclearance, estão sujeitos às leis e limitações da alfândega americana. Você deve declará-los aos agentes do CBP.

Documentação em Dia: Tenha todos os documentos de viagem exigidos (passaporte válido e visto) em mãos, pois os agentes verificarão eles durante a pré-liberação, exatamente como aconteceria em um aeroporto norte-americano.

Em resumo, o Preclearance é um acordo logístico e de segurança que transforma uma chegada internacional em uma experiência doméstica, priorizando eficiência e segurança para os viajantes que se destinam aos Estados Unidos.

A razão para o Brasil não participar do Preclearance é a mesma pela qual o Programa Global Entry demorou dez anos para ser implementado no país: o viés político.

Apesar do anúncio do Secretário do DHS (Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos), Jeh Johnson, em 04 de Novembro de 2016, de que dois aeroportos do Brasil atendiam às pré-condições para implantar o programa (o Aeroporto Internacional de São Paulo Guarulhos e o Galeão no Rio de Janeiro), o Estado Brasileiro não demonstrou nenhum interesse em prosseguir com as tratativas para a possível implantação do programa.

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