Desvendando o Global Entry para Brasileiros

Publicação atualizada em 6 de novembro de 2025 por Gil Mapas

Desvendando os trâmites dos Trusted Traveler Programs dos EUA: Guia Completo para Brasileiros.

Direto ao Ponto

• Visto Americano: A Base Indispensável para o Viajante Brasileiro
• Global Entry: A Principal Porta de Entrada para Brasileiros
• Benefícios do Global Entry
• Global Entry e o TSA PreCheck: Uma Via de Mão Única para Brasileiros
• Outros Trusted Traveler Programs (TTPs)
• O Histórico do Global Entry no Brasil: Desafios e Superação
• Conclusão e Próximo Passo
• FAQ – Perguntas frequentes sobre o Global Entry

O sonho de viajar para os Estados Unidos com agilidade e zero estresse no aeroporto é totalmente alcançável, especialmente para viajantes frequentes. Os Trusted Traveler Programs (TTPs), gerenciados pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA, surgem como a chave para uma experiência de viagem muito mais fluida. Esses programas oferecem um processamento acelerado para viajantes pré-aprovados e de baixo risco, seja na chegada ao país ou na inspeção de segurança doméstica. Portanto, se você busca economizar tempo e evitar longas filas de imigração e segurança, conhecer as nuances de cada TTP é o primeiro passo essencial para transformar suas futuras jornadas. É importante ressaltar, contudo, que nem todos os programas estão abertos a cidadãos brasileiros, e a principal porta de entrada para nós é o Global Entry. Assim, prepare-se para navegar pelas diferenças entre Global Entry, TSA PreCheck, NEXUS, SENTRI, FAST e o Visto Americano, descobrindo quem pode aplicar e, acima de tudo, como nós, brasileiros, podemos tirar o máximo proveito dessas facilidades.

Primeiramente, é crucial entender que o Visto Americano é a autorização básica e obrigatória que permite a entrada de um cidadão brasileiro nos Estados Unidos. Dessa forma, nenhum dos programas Trusted Traveler substitui a necessidade de ter um visto válido (geralmente B1/B2 para turismo e negócios). Isto é, o Visto Americano é a condição primordial para qualquer brasileiro que deseje visitar o país, e é o passo inicial antes de sequer considerar a aplicação para o Global Entry. Em outras palavras, você primeiro precisa da permissão de entrada, para depois buscar a entrada acelerada.

O Global Entry é, sem dúvida, o programa de viajante confiável mais relevante para os brasileiros que viajam frequentemente para os EUA. Com efeito, ele permite a liberação alfandegária e imigratória acelerada na chegada aos Estados Unidos.

Quem Pode Aplicar e Como Aplicar

Atualmente, o programa está aberto para cidadãos brasileiros que possuam um Visto Americano válido. Portanto, este é um pré-requisito inegociável.

Aplicação Online: O candidato inicia o processo criando uma conta no Login.Gov necessária para acessar o Sistema de Programas de Viajante Confiável (TTP – Trusted Traveler Programs) do U.S. Customs and Border Protection (CBP).

Preenchimento e Taxa: O formulário detalhado é preenchido e a taxa de aplicação, que passará a ser de US$ 120 dólares americanos (válida por cinco anos), é paga. Neste momento, os viajantes menores de 18 anos estão isentos da taxa se um dos pais ou responsável legal já for membro ou estiver aplicando simultaneamente.

Análise de Antecedentes: O CBP realiza uma rigorosa verificação de antecedentes.

Aprovação Condicional: Se a verificação for bem-sucedida, o candidato recebe uma aprovação condicional.

Entrevista: A etapa final é uma entrevista presencial obrigatória, que deve ser agendada em um Centro de Inscrição do Global Entry. Contudo, brasileiros podem e devem utilizar o programa “Enrollment on Arrival” (Inscrição na Chegada), que permite realizar a entrevista no momento da chegada em aeroportos internacionais dos EUA sem a necessidade de agendamento prévio.

Ao ser aprovado, o membro do Global Entry:

• Evita as longas filas de imigração, utilizando os quiosques automáticos na chegada aos EUA.

• Acessa automaticamente o TSA PreCheck, o que representa uma vantagem significativa para voos domésticos dentro dos Estados Unidos.

É fundamental destacar: Brasileiros não podem fazer a aplicação separada para o TSA PreCheck. A única maneira de um cidadão brasileiro ter acesso ao TSA PreCheck é sendo aprovado no Global Entry. Desse modo, o Global Entry funciona como um “pacote” que inclui o benefício do TSA PreCheck para nós.

TSA PreCheck: Agilidade na Segurança Doméstica

O TSA PreCheck (Transportation Security Administration PreCheck) é um programa focado na aceleração da inspeção de segurança nos aeroportos para voos domésticos nos EUA.

Benefícios e Quem Aplica

Com este programa, o viajante:

• Passa por filas de segurança exclusivas e mais rápidas.

• Não precisa remover sapatos, cintos, casacos leves, laptops da bolsa, nem líquidos (3-1-1) da bagagem de mão.

Em geral, a inscrição direta é restrita a cidadãos americanos, residentes permanentes legais e cidadãos de países com acordos específicos. Por isso, conforme explicado, para os brasileiros, ele só é acessível via Global Entry. A taxa de aplicação separada para não-membros do Global Entry é de US$ 78-85 (válida por cinco anos).

Ademais do Global Entry, o DHS oferece outros TTPs, embora sejam menos aplicáveis à maioria dos viajantes brasileiros.

NEXUS: O NEXUS facilita a entrada acelerada nos EUA e no Canadá através de canais dedicados. Em virtude disso, ele é ideal para quem viaja frequentemente entre os dois países. Membros do NEXUS também podem utilizar os quiosques do Global Entry ao chegar aos EUA por via aérea e usufruem do TSA PreCheck. Membros do NEXUS também usam quiosques exclusivos e processamento de imigração e alfândega acelerados nos aeroportos canadenses. A aplicação é conjunta entre EUA e Canadá, e o programa está aberto a cidadãos americanos, canadenses, e residentes permanentes dos dois países.

A taxa é de $ 120,00 dólares americanos ou canadenses.

SENTRI (Secure Electronic Network for Travelers Rapid Inspection): O SENTRI permite a passagem acelerada nas fronteiras terrestres dos EUA com o México. Similarmente ao NEXUS, os membros usam faixas de processamento dedicadas. Além disso, os membros SENTRI também têm direito ao uso dos quiosques Global Entry (se entrarem por via aérea) e do TSA PreCheck. É aberto a cidadãos americanos, residentes permanentes, e cidadãos mexicanos, entre outros com acordos específicos com os EUA. A taxa é de US$ 122.25 dólares americanos.

FAST (Free and Secure Trade): O FAST é um programa focado na liberação comercial para remessas de baixo risco entrando nos EUA pelo Canadá ou México. Ou seja, é um programa principalmente para o setor de transportes e logística, não para o viajante de turismo ou negócios comum. Os membros FAST recebem processamento acelerado nos postos de fronteira designados como caminhoneiros e outros.

Clear: O Serviço Biométrico Acelerador (Não Governamental): O Clear é um serviço privado autorizado pelo CBP, diferentemente dos TTPs governamentais. Ele utiliza a biometria (impressão digital ou íris) para confirmar a identidade do viajante, permitindo que ele pule a etapa (a fila) de apresentação de documentos para um agente da TSA e siga diretamente para a segurança.

• Benefícios: O Clear permite que os membros “furem a fila” na verificação de identidade antes do raio-X, indo direto para a inspeção de segurança (onde você pode usar a faixa normal ou a faixa do TSA PreCheck, se você for membro). Portanto, ele complementa o TSA PreCheck.

• Valor: A adesão é anual e custa aproximadamente US$ 189 a US$ 199 dólares americanos (pode haver descontos para membros de companhias aéreas ou cartões de crédito).

• Quem Aplica: O Clear é aberto a cidadãos americanos e residentes permanentes legais maiores de 18 anos com uma identificação válida.

Atualmente, não é amplamente acessível a cidadãos brasileiros que não se enquadrem nas categorias de residentes.

A inclusão do Brasil no programa Global Entry foi um marco nas relações bilaterais, anunciada com grande entusiasmo. No entanto, o caminho não tem sido fácil. Desde a implementação, o programa enfrentou e ainda enfrenta problemas técnicos e burocráticos.

Muitos brasileiros que aplicaram tiveram seus status travados em “Pending Review” por longos períodos. Há casos de brasileiros que aguardaram mudança de status por mais de três anos. Em certos momentos, houve relatos de erros sistêmicos que levaram a negações automáticas, as quais, posteriormente, o CBP se dedicou a corrigir, reativando as aplicações para “Pending Review” e, finalmente, para “Conditionally Approved”. Ainda mais, a demora na troca de informações entre o governo brasileiro (principalmente a Casa Civil, que articula o programa no Brasil) e o CBP dos EUA também se apresentou como um obstáculo, resultando em longos prazos de espera.

Apesar desses contratempos, o programa está em funcionamento e milhares de brasileiros já estão desfrutando da facilidade. Contudo, os candidatos precisam de paciência e devem monitorar o status da sua aplicação, visto que os prazos de processamento podem ser longos e sujeitos a flutuações.

Em conclusão, os Trusted Traveler Programs oferecem um benefício inestimável para o viajante frequente, simplificando a entrada e a saída nos EUA. Para o brasileiro, o Global Entry é a escolha mais lógica e a única via para obter o benefício do TSA PreCheck. Lembre-se sempre que o Visto Americano é o seu passaporte para o programa, e o Global Entry, a sua aceleração dentro dos aeroportos.

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Se você é brasileiro e portanto se inscreveu com um passaporte brasileiro, você não receberá um cartão de membro do Global Entry.

De fato, os cartões do programa Global Entry (que, atualmente, não têm mais nenhuma utilidade prática) são enviados apenas (e em breve serão descontinuados) para aplicantes cidadãos americanos que possuem um endereço de correspondência dentro dos EUA.

Não, você não precisa.

Isso acontece porque o Global Entry já realiza a liberação na maioria dos aeroportos americanos, nos seus quiosques, por meio de identificação biométrica ou, em alguns aeroportos, através da leitura do seu passaporte, o qual está vinculado ao programa, e/ou da conferência de digitais.

Para começar, para utilizar a faixa exclusiva de segurança acelerada da CATSA no Aeroporto de Toronto com destino aos Estados Unidos, simplesmente siga a sinalização “Global Entry”.

Observe que nenhum funcionário ou oficial solicitará um cartão para provar que você é membro do programa. Pelo contrário, essa identificação é digital, através do seu passaporte vinculado ao programa. Em outras palavras, se você entra na seção exclusiva de segurança do Global Entry, a segurança entende que você faz parte do programa.

No entanto, se você não for membro, no momento de escanear seu passaporte para confirmar sua identidade, o sistema mostrará que você não faz parte do Programa e a segurança retirará você (na melhor das hipóteses).

Caso a segurança solicite alguma prova de que você faz parte do programa (o que é muito incomum), você deve apresentar seu bilhete de passagem, visto que nele constará seu número KTN (Known Traveler Number), o qual indica que você é membro do Global Entry.

❗ Muita Atenção: Ao comprar e/ou emitir sua passagem aérea, sempre insira seu número KTN, informado pelo Global Entry após sua aceitação no programa, no campo adequado.

Além disso, outra forma de mostrar que você participa do programa é exibir a tela do aplicativo TTP (Trusted Traveler Programs), onde consta que você foi aprovado.

Não, você não precisa, desde que sua inscrição no Global Entry ainda esteja válida.

Contudo, você deve atualizar essa informação junto ao programa, ou seja, você precisa informar o seu novo passaporte ou não conseguirá utilizar o Global Entry com o passaporte antigo.

Felizmente, você tem duas maneiras de atualizar essa informação:

Indo a um Centro de Inscrição do Global Entry.

Acessando seu painel TTP em “Update for Info” e, em seguida, em “Update documents” para atualizar seus dados.

Você não precisa fazer uma nova inscrição se a atual ainda estiver dentro do prazo de validade.

Entretanto, assim como no caso de alteração de passaporte, você deve atualizar a documentação e informar seu novo visto, ou não poderá utilizar o Global Entry.

Isso ocorre porque o Global Entry importa dados da sua aplicação do Visto Americano.

A resposta para essa pergunta é complexa, por isso, clique aqui e veja um artigo exclusivo para estes casos.

A resposta é: Depende.

Vamos imaginar a seguinte situação hipotética:

Na sua solicitação de visto americano, na seção de questões sobre histórico criminal, você respondeu “não” a todas as questões. O processamento de visto americano não possui acesso legal e oficial aos seus históricos de antecedentes no Brasil, visto que o país não compartilha essas informações com os Estados Unidos.

Agora, pense: você fez a solicitação do Global Entry e teve seu pedido negado porque você possui algum histórico ou antecedente criminal que você omitiu no pedido de visto.

É crucial entender que, diferentemente do pedido de visto, na solicitação do Global Entry, o Brasil compartilha dados de antecedentes criminais e outros (inclusive alfandegários) com os Estados Unidos.

Portanto, se o seu problema criminal ocorreu depois da solicitação do Visto, você não mentiu e provavelmente manterá seu visto, a depender da gravidade do problema.

Por outro lado, se você mentiu na solicitação do Visto, o CBP (Customs and Border Protection), por conta da Lei IRTPA, tem de alertar o Departamento de Estado que seu visto foi emitido sob falsos argumentos. O consulado que emitiu seu visto terá de cancelá-lo, uma vez que mentir para receber um visto é motivo de inegibilidade, conforme a FAM (Foreign Affairs Manual).

Contudo, se seu Global Entry foi negado por violações não tão graves, o problema provavelmente não afetará seu visto.

Não! Na verdade, apesar de o Global Entry ser popularmente conhecido como um “programa de viajante frequente“, qualquer brasileiro que possua um visto válido para os Estados Unidos pode solicitar sua participação. É fundamental que você entenda: a frequência de suas viagens aos Estados Unidos não define se o seu pedido de adesão ao Global Entry será aprovado ou negado.

No entanto, avalie cuidadosamente se a inscrição compensa financeiramente caso você viaje pouco para o país — por exemplo, apenas uma vez por ano ou até menos. Lembre-se: o custo da solicitação é de 120 dólares americanos. Assim, enfrentar as filas da imigração e alfândega em ocasiões raras, embora seja desconfortável, torna-se tolerável por não ser uma rotina frequente.

Você pode obter essas informações através do Fala Brasil, clique aqui para mais detalhes.