Apple enfim libera Google Mapas e Waze no iPhone

Google Mapas no iPhone

Apple libera escolha de aplicativo de navegação padrão no iPhone — mas só na União Europeia. Atualização do iOS 18.4 traz mudanças históricas para usuários europeus, enquanto outros mercados recebem funcionalidade limitada

Direto ao Ponto

> > > Um avanço para a UE, uma frustração global
> > > O que o DMA significa para o futuro da Apple?
> > > Críticas e preocupações Nem tudo são flores.

Mudança tão esperada é implantada pela Apple

A Apple finalmente atendeu a um dos pedidos mais antigos da comunidade de usuários do iPhone. Com a chegada do iOS 18.4, a empresa introduziu a possibilidade do usuário definir um aplicativo de navegação padrão para dispositivos na União Europeia (UE). Essa mudança — aguardada há mais de uma década — permite que apps como Google Mapas, Waze ou outros substituam o Apple Mapas ao abrir endereços, compartilhar localizações ou solicitar rotas.

Para ajustar a configuração, basta acessar Configurações → Aplicativos → Aplicativos Padrão → Navegação e selecionar a opção desejada.

Apple agora permite, na Europa que seus usuários escolham seus aplicativos de Mapas, podendo alterar para o Google Mapas
Por que a Apple está implementando essa mudança?

A decisão não partiu de uma simples vontade de agradar os usuários. Na realidade, a empresa está cumprindo uma determinação do Digital Markets Act (DMA), legislação europeia que entrou em vigor em 2023 para regular o poder de grandes empresas de tecnologia, conhecidas como “gatekeepers” (controladoras de acesso).

De acordo com o DMA, gigantes como a Apple precisam garantir mais transparência e liberdade de escolha aos consumidores, permitindo que serviços de terceiros compitam em condições justas. Ao abrir espaço para apps alternativos, a UE está quebrando monopólios e incentivando a inovação.

Um avanço para a UE, uma frustração global

Embora a novidade beneficie milhões de usuários europeus, donos de iPhone em outras regiões — como América Latina e Brasil, Ásia e Estados Unidos — continuarão presos ao Apple Mapas como padrão. A Apple não detalhou publicamente os motivos da limitação geográfica, mas é evidente que a Apple está agindo por obrigação legal, se dependesse apenas dela, dificilmente abriria mão do controle sobre serviços essenciais, que geram dados valiosos e receita para a empresa.

Curiosamente, a empresa evitou usar o termo “limitação técnica” para justificar a restrição, o que alimenta especulações de que a funcionalidade poderia, sim, ser estendida globalmente. No entanto, sem leis equivalentes ao DMA em outros países, a tendência é que a Apple mantenha o ecossistema fechado fora da Europa.

Pequena compensação para usuários fora da UE

Enquanto os europeus comemoram a liberdade de escolha, a Apple ofereceu uma migalha de personalização aos demais usuários. Na mesma atualização do iOS 18.4, a empresa permitiu que todos os usuários — independentemente da região — definam um aplicativo de tradução padrão. Agora, é possível substituir o deficiente Apple Translate por opções como Google Tradutor ou DeepL ao traduzir textos, sites ou conversas.

Para ajustar: 1. Acesse Configurações → Aplicativos → Aplicativos Padrão;

2. Selecione “Tradução”;

3. Escolha seu app preferido.

O que o DMA significa para o futuro da Apple?

O Digital Markets Act está remodelando estratégias de empresas dominantes. Além da escolha de apps de navegação, a Apple já havia anunciado outras concessões na UE, como:

– Loja de aplicativos alternativas para iOS;

– Acesso a NFC para desenvolvedores de carteiras digitais;

– Remoção de restrições a navegadores que não usam o WebKit.

Essas mudanças sinalizam uma nova era de adaptação para a empresa. Assim a Apple está sendo forçada a repensar seu modelo de negócios, que sempre priorizou o controle total sobre o ecossistema.

E os usuários? O que ganham com isso?

Para o consumidor europeu comum, a abertura do iOS significa:

1. Mais opções: Competição entre apps tende a melhorar qualidade e preços;

2. Personalização: Adaptar o iPhone às necessidades individuais;

3. Interoperabilidade: Integração entre serviços de diferentes empresas.

No caso da navegação, por exemplo, quem prefere o Waze por seus alertas em tempo real não precisará mais copiar manualmente endereços entre apps. Basta um clique para abrir rotas diretamente no aplicativo favorito.

Críticas e preocupações Nem tudo são flores.

Alguns usuários temem que a fragmentação de padrões gere confusão ou insegurança. Por exemplo, como saber qual app está coletando os dados de localização do usuário?

A Apple respondeu a essas preocupações reforçando que todos os apps disponíveis para definição como padrão passam por verificação rigorosa de segurança.

O que esperar das próximas atualizações?

Provavelmente a Apple estenderá gradualmente funcionalidades do DMA para evitar conflitos legais em outras jurisdições. Canadá, Japão e Coreia do Sul já discutem leis semelhantes, o que pode pressionar a empresa a globalizar mudanças. Além disso, rumores indicam que o iOS 19 trará:

– Escolha de assistente virtual padrão (ex: Alexa ou Google Assistant);

– Aplicativos de e-mail padrão alternativos ao Mail;

– Integração mais profunda com serviços de streaming de música terceirizados.

Vitória da regulamentação ou novo capítulo na guerra tech?

A atualização do iOS 18.4 ilustra um embate histórico entre inovação aberta e controle corporativo. Enquanto a UE celebra a conquista democrática, a Apple enfrenta o desafio de equilibrar compliance regulatório com sua filosofia de integração vertical. Para os usuários, a lição é clara: pressão coletiva e legislação eficaz podem mudar o jogo.

Resta saber se outros governos terão coragem de enfrentar gigantes da tecnologia — e até onde a Apple cederá sem perder sua identidade.

Perguntas e Respostas

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