Sala Vip Lounge American Express: O Silêncio que fechou uma Era no Aeroporto Internacional em Guarulhos.
Direto ao Ponto
> > > Os Rumores que Antecederam o Fim
> > > A “Nova” Proposta da Amex: Uma Solução que não é bem umas novidade.
> > > Amex Brasileiro vs. Internacional
> > > Saudades de Um Espaço que Era Mais que Uma Sala
> > > Fotos – Lembranças de um espaço que não existe mais
O fim de uma jornada
No dia 28 de fevereiro de 2025, sem alarde ou comunicado oficial, a sala VIP da American Express no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (GRU) fechou suas portas definitivamente. A notícia, inicialmente divulgada por blogs de viagens, chegou aos clientes como um balde de água fria. A American Express optou por não anunciar publicamente o motivo, limitando-se a informar parceiros como Santander e Bradesco sobre alternativas para os cartões Platinum e Centurion. Para quem, como eu, viaja frequentemente por Guarulhos, o silêncio da empresa ecoou mais alto que o burburinho do aeroporto.
Uma História de Exclusividade e Conforto
Inaugurada em 2012, a sala VIP da Amex em Guarulhos foi, por anos, um oásis para viajantes premium. Localizada no Terminal 3, ela começou aceitando acesso via programas como Priority Pass, mas, após uma reforma em 2018, tornou-se exclusiva para portadores de cartões American Express — principalmente os emitidos no exterior.
Com 800 m², o espaço impressionava pela amplitude: áreas de descanso com poltronas reclináveis, buffet diversificado (incluindo opções quentes como risotos e carnes assadas), bar completo com drinks premium e até duchas gratuitas. Era comum encontrar executivos em reuniões improvisadas ou famílias aproveitando o espaço antes de voos intercontinentais.
Os Rumores que Antecederam o Fim
Em novembro de 2024, o blog Cartões, Milhas e Viagens levantou o primeiro alerta do possível fechamento. A especulação ganhou força quando o Santander atualizou seu site, indicando que a Sala seria fechada em fevereiro de 2025 e substituiria o acesso por lounges da W Premium. Para muitos, parecia improvável: afinal, a sala era um símbolo do prestígio da Amex no Brasil, sendo sua única sala na América do Sul. Mas os rumores se confirmaram e a sala foi encerrada.
O Vazio Após o Fechamento: Teorias e Silêncios
A American Express nunca explicou oficialmente o fechamento. Em resposta a um e-mail que gmapas enviou à matriz nos EUA, a empresa limitou-se a dizer:
“A sala foi desativada, e não há planos de reabri-la”.
E não forneceu mais nenhum detalhe. Entre os bastidores, duas teorias circulam:
1. A Disputa pelo Espaço com o Itaú. Segundo fontes do setor, o Itaú teria vencido uma licitação para assumir o local, planejando inaugurar uma sala VIP Personalité no mesmo espaço. Mas essa explicação não faz muito sentido, já que o Aeroporto de Guarulhos não segue o modelo de leilões públicos — comum em aeroportos governamentais — para alugar suas lojas que são locadas diretamente com a administração do aeroporto via negociações privadas, muito similares às de shopping centers.
Claro, pode pode ter havido um favorecimento ao banco, mas a nós parece mais que a cessão do espaço se deveu ao desinteresse da Amex. O Itaú inclusive já anunciou sua sala VIP no espaço que antes era a Sala da Amex no mezanino do Terminal 3, prevista para 2025, reforçando a especulação.
2. Cortes de Custos e Reposicionamento. A Amex não gerencia diretamente suas salas de marca própria nos EUA e pelo mundo, e no Brasil não era diferente, a operação era terceirizada para a GR Serviços e Alimentação Ltda. Com custos de aluguel elevados e menor interesse no mercado brasileiro, a empresa optou por substituir o espaço próprio por parcerias mais econômicas com a W Premium Lounge.
A “Nova” Proposta da Amex: Uma Solução que não é bem umas novidade.
A empresa anunciou, como grande novidade que, a partir de março de 2025, os clientes teriam acesso a duas salas da W Premium em Guarulhos:
– W Lounge Pier Site: Acesso prioritário próximo aos portões 323 e 324.
– W 5th Avenue: Que passa a ser de acesso exclusivo para Amex, com menu à la carte, em frente ao Duty Free. Essa sala anteriormente era acessada por diversos programas como Priority Pass etc.
Para portadores de cartões emitidos no Brasil, isso parece uma novidade. Porém, para quem tem Amex internacional (como o nosso, emitido no Canadá), a mudança é um retrocesso: já tínhamos acesso a essas salas antes do fechamento da sala “oficial” da American Express.
A Sala da W Premium restringe parte de sua estrutura aos clientes Amex, mas com reduzida qualidade de serviços em comparação com a antiga Sala Amex e quase sempre com superlotação – ao menos nos horários procurados por nós.
Amex Brasileiro vs. Internacional
Enquanto cartões Amex emitidos em outros mercados tem um site exclusivo onde é listado salas VIP pelo mundo, o cartão emitido no Brasil tanto pelo Bradesco ou Santander não é sequer mencionado nesse site onde há uma oferta de mais de mil lounges para acesso.
E justamente nesse site a Amex simplesmente apagou a sala de Guarulhos no 3 de fevereiro de 2025.
O cartões emitidos no Brasil sequer aparecem no localizador global de lounges. Já o Platinum Card emitido fora do Brasil permitia acesso a quatro salas em Guarulhos (incluindo a própria Amex e a Star Alliance, hoje do Safra). A substituição por lounges menores e menos equipados deixou claro: para a American Express, o mercado brasileiro é secundário.
Saudades de Um Espaço que Era Mais que Uma Sala
A sala VIP da Amex não era apenas um local para esperar voos. Era um símbolo de conexão global, onde viajantes de diferentes nacionalidades compartilhavam histórias entre um espresso e um croissant quente.
As duchas, raras em lounges brasileiros, permitiam renovar as energias após longas conexões.
Fotos – Lembranças de um espaço que não existe mais
O fechamento silencioso apagou não apenas um espaço físico, mas parte da identidade da Amex no Brasil. Enquanto escrevo este texto, olho para o cartão Platinum na minha carteira e me pergunto: valerá a pena manter cartões American Express emitidos no Brasil? Sem o conforto que justificava sua anuidade? Para muitos, a resposta já é não. Resta torcer para que o Itaú, ao assumir o espaço, entenda que uma sala VIP não é apenas um benefício — é uma experiência que define lealdade.
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